quarta-feira, 4 de maio de 2011

Texto Sentido


              Me aproveitando das palavras do velho Deleuze:

“De que afetos você é capaz? Experimente, mas é preciso muita prudência para experimentar. (...) Não é fácil ser um homem livre: fugir da peste, organizar encontros, aumentar a potência de agir, afetar-se de alegria, multiplicar os afetos que exprimem ou envolvem o máximo de afirmação.”

             Com essa citação eu visito o texto do Rubem Alves (quase chará) quando ele fala que nós devemos viver mais o que a vida nos proporciona e dar vazão ao lado bom da vida mesmo nos momentos tristes. Concordo plenamente com ele e abro um parênteses aqui com um pensamento do Paulo Coelho que diz que nós vivemos sempre em função do passado (lembrando e se arrependendo), ou em função do futuro (nos projetando e sofrendo por antecipação) e nos esquecemos de viver o presente. 

            É legal pensar na vida como uma dádiva divina e a partir daí construir relações e afetos consigo e com o mundo. Penso que a partir dessa premissa a vida ganha muito mais intensidade, brilho, cor...

             Porém não compartilho do pensamento dele (Grande Rubem) quando ele fala que a culpa por a vida ser ruim é totalmente nossa. E aqui eu visito Freud e o seu “o homem é produto do meio” para dizer que se uma pessoa nasce ou cresce num ambiente ruim, as probabilidades de essa pessoa se lastimar da vida que tem são bem maiores.

             Voltando ao Deleuze reafirmo o “não é fácil ser um homem livre” num mundo que nos afeta cada vez mais com a cultura do medo, porém a experimentação é um bem necessário, apesar do mundo. Viver experiências, acumular afetos e ser generoso sempre são coisas pelas quais precisamos passar para nos tornarmos mais conhecedores da vida.

           As angústias e as frustrações vão aparecer sem sombra de dúvida, mas a nossa capacidade de se deixar afetar e atravessar pelos lugares que visitamos tem que ser maior. 

                Se não, não há vida. Não tem milagre.

P.S.: Esse texto foi a partir de um outro do Rubem Alves. Tava precisando escrever e tava sentindo falta de escrever.  Escutem Tiê...

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