terça-feira, 31 de maio de 2011

Da insustentável leveza no (meu) ser...

Questão 2

´a única verdade é que vivo.
Sinceramente, eu vivo.
Quem sou?
Bem, isso já é demais....´

Questão 3
'Escuta: eu te deixo ser, deixa-me ser então...Sou uma só... Sou um ser.
E deixo que você seja. Isso lhe assusta?
Creio que sim. Mas vale a pena.
Mesmo que doa. Dói só no começo.'

Questão 4
'Que ninguém se engane, só se consegue a simplicidade através de muito trabalho.'

Questão 5

'É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo.'


P.S.: Escutem Nelly Furtado "Try".

terça-feira, 17 de maio de 2011

Da insustentável leveza no (meu) ser...

- Eu tou praticando a 'insustentável leveza do ser'.
- Hã? Como praticando?
- Tentando ser calmo e tranquilo enquanto todos estão tensos, depresivos e com raiva. Tentando pensar positivo enquanto todo mundo quer jogar tudo pro alto (mesmo q seja por 1 segundo só).
- bueno. Eu sou prática: "pensamento positivo, atitude positiva"!

Carinhosamente intitulado de exercício insustentável de leveza no ser. Será que nós conseguimos?


Questão 1:

"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."
Clarice Lispector




P.S.: Escutem 'Hero of the story' da Regina Spektor.

sábado, 14 de maio de 2011

"Juventude + arte = transformação social"

por Heliana Vilela
(Diretora Regional de Lisboa e Vale do Tejo do IPJ)




A arte e a cultura podem ser valiosos instrumentos de transformação social e as diversas experiências e actividades culturais e artísticas realizadas por associações juvenis e estudantis devem ser tomadas como referência. São possuidoras de metodologias reconhecidas, tanto pelas acções sociais quanto pela qualidade com que se destacam no meio artístico. Integrando a expressão artística  nos processos de aprendizagem e mobilização da juventude afirmamos as suas potencialidades na construção do país. Esta metodologia exerce um grande poder de atracção, em especial nos jovens, – abrindo portas para processos de construção de identidade, de criação de laços afectivos, de desenvolvimento de alternativas de inserção, de luta pelos seus  direitos de participação e cidadania.

A arte é uma das formas do jovem se manifestar. Num contexto onde as perspectivas são escassas, as iniciativas de transformação pela e através da arte, acabam por  aumentar a auto-estima dos jovens criando (e re-criando) identidades de grupo, e  com o meio social envolvente, estimulando-os a reflectirem, experimentarem e lutarem por uma realidade melhor. Sendo a arte e a cultura ferramentas importantes de transformação social, a juventude manifesta-se de várias formas pois um grupo musical, teatral, de bailado ou de graffiti são formas de organização e de expressão acentuadas na juventude. O concurso promovido pelo Instituto Português da Juventude (IP) e pelo Clube Português de Artes e Ideias, associação juvenil inscrita no Registo Nacional do Associativismo Jovem (RNAJ), permite a promoção dos trabalhos de criação artística nas áreas de artes digitais e plásticas, dança, design de equipamento e gráfico, fotografia, joalharia, literatura, moda, música e vídeo a jovens até ao 30 anos de idade. Este é um dos muitos exemplos e oportunidades que devem ser aproveitados, pois temos  presente que os jovens procuram cada vez mais estas formas de expressão que aproximam aspectos distintos das suas vidas, e mesmo com as dificuldades que atravessamos, a verdade é que, a dedicação e a participação dos jovens a estas iniciativas, tem vindo a aumentar.

A arte é igualmente uma possibilidade de expressão da diversidade cultural. É uma atitude que alarga  o campo das manifestações culturais onde por vezes insiste-se em reduzir os movimentos, os estilos e as formas estéticas presentes nos nossos quotidianos. É uma tarefa urgente para as entidades governamentais ligadas à juventude, à educação, à saúde, à comunicação, à segurança pública e ao meio ambiente, estarem atentos à necessidade de caminhar de forma integrada e complementar. É necessário criar as condições para que tradição e  contemporaneidade se cruzem, re-criando a tradição.

São várias as formas de expressão artística que os jovens utilizam, sendo a música uma das mais utilizadas o graffiti é igualmente, muito apreciado no meio jovem. Esta forma de arte apareceu nos meios urbanos como leituras multi-referenciais, descrevendo identidades vividas em busca da aceitação e compreensão do eu, estando centralizada muito no espírito de pertença, a um género, a uma cor ou classe social. As experiências tidas com estes grupos de jovens são estratégicas para o desenvolvimento humano, pois são vividas no plano não-formal de educação, minimizando o impacto negativo da exclusão social pois escolhem este modo de manifestação pela arte em detrimento de outras como a criminalidade. O 3D graffiti,  seja em giz ou tinta,  em paredes ou na rua,  representa uma nova maneira de combinar o domínio de técnicas da arte renascentista com o graffiti. Estes artistas, na maioria jovens de rua 3D dão um significado totalmente novo ao graffiti “ que afasta a interpretação convencional do graffiti como vandalismo em forma de imagens e cartas rabiscadas em propriedade pública. Artistas como Kurt Wenner, Eduardo Relero e Tracy Lee Stum criam arte de rua que está tão incrível que é quase impossível passar sem ser sugado para os mundos que eles criam no asfalto e superfícies de cimento ”.

Estas práticas representam o presente e o futuro, que marca a adolescência destes jovens, nas suas rupturas, continuidades e busca de identidades, moldando a sua forma de ser, de fazer e de estar no mundo. Significam, também, a dualidade local e global, bairro, vila, cidade e país, que é trespassado de uma forma transversal por sinais e símbolos do processo de sociabilização e globalização.




P.S.: Foto 1 - Uma amiga, Maurilene Moreira, da Cia. Ponto Dança.
        Foto 2 - Cia. dos Pés Grandes no espetáculo Disritmia.
        Foto 3 - Eu dançando o Disritmia.
        Foto 4 - Cia. Quasar de Dança.

Escutem Sia, Breathe me...

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Texto Sentido


              Me aproveitando das palavras do velho Deleuze:

“De que afetos você é capaz? Experimente, mas é preciso muita prudência para experimentar. (...) Não é fácil ser um homem livre: fugir da peste, organizar encontros, aumentar a potência de agir, afetar-se de alegria, multiplicar os afetos que exprimem ou envolvem o máximo de afirmação.”

             Com essa citação eu visito o texto do Rubem Alves (quase chará) quando ele fala que nós devemos viver mais o que a vida nos proporciona e dar vazão ao lado bom da vida mesmo nos momentos tristes. Concordo plenamente com ele e abro um parênteses aqui com um pensamento do Paulo Coelho que diz que nós vivemos sempre em função do passado (lembrando e se arrependendo), ou em função do futuro (nos projetando e sofrendo por antecipação) e nos esquecemos de viver o presente. 

            É legal pensar na vida como uma dádiva divina e a partir daí construir relações e afetos consigo e com o mundo. Penso que a partir dessa premissa a vida ganha muito mais intensidade, brilho, cor...

             Porém não compartilho do pensamento dele (Grande Rubem) quando ele fala que a culpa por a vida ser ruim é totalmente nossa. E aqui eu visito Freud e o seu “o homem é produto do meio” para dizer que se uma pessoa nasce ou cresce num ambiente ruim, as probabilidades de essa pessoa se lastimar da vida que tem são bem maiores.

             Voltando ao Deleuze reafirmo o “não é fácil ser um homem livre” num mundo que nos afeta cada vez mais com a cultura do medo, porém a experimentação é um bem necessário, apesar do mundo. Viver experiências, acumular afetos e ser generoso sempre são coisas pelas quais precisamos passar para nos tornarmos mais conhecedores da vida.

           As angústias e as frustrações vão aparecer sem sombra de dúvida, mas a nossa capacidade de se deixar afetar e atravessar pelos lugares que visitamos tem que ser maior. 

                Se não, não há vida. Não tem milagre.

P.S.: Esse texto foi a partir de um outro do Rubem Alves. Tava precisando escrever e tava sentindo falta de escrever.  Escutem Tiê...