terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O CORPO EM RISCO

PERCEPÇÕES E CONCEPÇÕES DA IMAGEM DO EU NO MUNDO



Refletindo acerca da valorização do indivíduo como ser total e coletivo, e partindo do pressuposto que as artes focam seus objetivos no conhecimento do ser humano, propõe-se a realização de trabalhos que se preocupem com essas questões. Tendo por base a análise do movimento em dança contemporânea, o sistema Laban (1976, 1978, 1990) de ações físicas cotidianas, a técnica do contato improvisação, a literatura, a filosofia, e outras formas de arte, e sabendo da notória preocupação dos órgãos governamentais tais como Ministérios da Cultura e da Educação dentre outras instituições com a formação e ampliação dos espaços destinados ao estudo do corpo, à prática desse estudo e à formação de platéias críticas de seu protagonismo na sociedade, este trabalho objetiva veicular a arte como forma de conhecimento do ser e da cultura através do estudo da vida e das artes como fonte geradora do homem na sociedade instigando a integração dos jovens com o cenário da dança cênica cearense. Este se constitui no fomento de pesquisa de movimento onde se podem estudar as possibilidades do corpo em sua plenitude através de aulas teóricas e práticas que resultaram em performances coreográficas no campo da dança cênica, tomando como base as ciências que estudam o ser humano e suas pertinências no meio em que vive, utilizando as áreas específicas que promovem as funções do organismo e a capacidade do homem de situar-se na história, no meio em que se constitui socialmente, economicamente e politicamente, dentre outros inúmeros meios em que o indivíduo está inserido. O trabalho é desenvolvido em encontros semanais com sete jovens entre 18 e 32 anos de ambos os sexos onde, nestes encontros, a pesquisa começava na prática de alongamentos, laboratório de movimento, criação e composição cênica e com aulas dos métodos já citados. Uma vez feita à pesquisa corporal, começamos a pesquisa teórica em cima das percepções obtidas no primeiro momento. Os questionamentos nos levaram a lugares possíveis onde o pensamento vinha atrelado a idéia de transformação do tônus muscular para aplicação do corpo nos exercícios, colocando nosso corpo em risco a cada momento de exaustão ou de locomoções pelo corpo do outro que parecem ser impossíveis. Como resultado desta pesquisa obtemos a transformação do corpo (que está em risco constante) pelo conhecimento teórico e prático, pela análise do movimento do corpo num estado de risco latente que compreende o campo físico e sensorial em sua grande parte. Essa transformação de um corpo passível a todas as coisas cotidianas para um corpo em risco constante por estar lutando diretamente contra o estado de inércia em relação ao mundo. Um corpo, em risco, atento.



P.S: Resumo expandido que participou do II Colóquio Imago (Urca) e do DIPRACS (UFC)
Prof. Orientador: José Raymundo F. Lins Jr.
Faculdades Nordeste (FANOR)