quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

...

Tava com uma vontade grande de vir aqui, mas me faltam tempo e inspiração.

Em tempos de  construção de produtos artísticos no trabalho, de provas no meu penúltimo semestre na facu (graças a Deus) e de um turbilhão de coisas na minha vida pessoal.


Enfim... tou aqui mesmo é pra dizer pra tod@s:

FELIZ DEZEMBRO ! ! !

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Do engarrafamento

Queria falar da garrafa. Como objeto, ela é usada e depois posta de lado (pra não dizer jogada na sargeta). Enquanto ocupação (formal) sua única função é ser suporte para algo. Mas... e o resto?

Porque que a garrafa não pode ser um peso de papel? Ou uma decoração de casa? 

Quem nunca se sentiu uma garrafa na vida? Quem tem medo de ser garrafa? Quem nunca foi utilizado para bel prazer e satisfação de outros?

Muitas vezes tenho medo de ser como ela. Não gosto nem um pouco da idéia de ser usado e depois jogado fora. Gosto menos ainda da possibilidade de só ser útil de uma única forma (que pode não ser a que eu acredito que é a minha, ou pior... que me é imposta por alguém). Isso me remete diretamente a uma música da Alanis. Aqui vai a letra traduzida...

De vez em quando nunca é o bastante. Se você é impecável, então ganhará meu amor. Não esqueça de tirar primeiro lugar. Não esqueça de manter aquele sorriso em sua face...
Seja um bom menino! Tente um pouco mais. Você tem que se impor!... E me fazer orgulhosa.
Quanto tempo antes de reparar? Quantas vezes tenho que lhe dizer para se apressar? Com tudo que faço por você o mínimo que você pode fazer é ficar quieto.
Seja uma boa menina! Você tem que tentar um pouco mais, aquilo simplesmente não foi bom o bastante para nos orgulharmos.
Viverei de acordo com você. Farei de você o que nunca fui. Se você é o melhor, então talvez eu também seja. (comparado com ele, comparado com ela). Estou fazendo isto para seu próprio e maldito bem.
Você compensará tudo que sofri. Qual é o problema... por que está chorando?
Seja um bom menino. Force um pouco mais agora. Aquilo não foi rápido o bastante para nos fazer feliz.
Nós te amaremos pelo que você é, se você for perfeito...


Esse relato na verdade não é sobre garrafa, ou sobre medo, ou sobre utopia... Ele é só e simplesmente só uma forma de aquietar meu coração (não sei se essa é a expressão certa para o que sinto) e para eu estravassar a vontade que sinto de escrever sobre o trabalho de uma das pessoas que admiro muito pela vida, pela luta, pela dança e pela forma de habitar o mundo. Silvia Moura. Assiti "Engarrafada" e senti vontade de escrever isso...

Link da musica no YOUTUBE

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Li, gostei e divido...

"...Se quer saber, nunca é tarde demais para ser quem você quiser ser.


Não há limite de tempo, comece quando você quiser. Você pode mudar, ou ficar como está... não há regras para esse tipo de coisa. Podemos encarar a vida de forma positiva ou negativa; espero que encare de maneira positiva.

Espero que veja coisas que surpreendam você. Espero que você sinta coisas que você nunca sentiu antes. Espero que conheça pessoas com um ponto de vista diferente. Espero que tenha uma vida da qual se orgulhe.

E se você descobrir que não tem, espero que tenha a força para recomeçar novamente."


                                ( O curioso caso de Benjamim Button )

Quase o Nietzsche*


P.S.: Escutando 'Hero of Story' da Regina spektor. Outro dia coloco a tradução aqui procês.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Sem necessidade para a Dança Contemporânea na minha vida

Então, mas uma vez aqui.
Meu nome é Rubéns e vim falar um pouco sobre mim.
Antes de começar a dançar eu pensava em se padre e trabalhar com os joves e pobres. Conhecer a vida das pessoas e fazer parte delas era algo realmente prazeroso pra mim. Me fazia ver os milagres e presenciar as tranformações. Agir no social em detrimento de uma causa maior, que é a proposta da Teologia da Libertação, era o que me motivava a estar sempre em contato com as pessoas. Dessa forma eu estava diretamente em contato com a vida. Entrei no teatro, e na dança em paralelo. Sai do teatro e fiquei só na dança (NOTA: já fazia publicidade na época) de forma que eu pudesse aprimorar cada vez mais a "técnica" que me era repassada e que o meu corpo fosse cada vez mais apto à tal da dança contemporânea (dotada de toda a base clássica no local onde eu praticava). Pouco tempo depois entrei num Curso Técnico em Dança para começar a entender todos os questionamentos que me fazia a cerca daquela tal dança que me ensinavam. 
Um dia alguém perguntou: Qual a tua dança?
.
.
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Toda a minha vida parou naquele instante e fui atrás de responder aquela pergunta. A partir daí fui atrás de saber que coisas realmente atravessavam a minha dança.
Na dança contemporânea eu aprendi que não preciso dar 32 piruetas com medo de alguém pegar o meu lugar de destaque. Aprendi que muito mais que disciplina, eu preciso ter rigor e generosidade para comigo, com os outros e com meu ambiente de trabalho. Com a dança contemporânea aprendi a perceber os meus limites e trabalhar as minhas potencialidades. Aprendi a ser mais amável com as pessoas e a valorizar os corpos/mentes que estão ao meu redor (não importa quão evoluídos eles estejam). Reaprendi o valor de cada pessoa, de encontrar o potencial delas sem machucá-las ou magoá-las e de tentar dar um sentido para a vida (apesar da vida ser tão sofrida).
Com a dança contemporânea redescobri a vida através do dia-a-dia, através das possibilidades e através das formas de existir das pessoas. Redescobri minha forma de habitar o mundo. Através da minha dança eu redescubro mundos novos e pessoas novas.
Depois da dança contemporânea sou mais capaz de afetos e mais disposto a enfrentar o mundo do medo que cada dia nos impreguina de condicionalidades...

Liberdade... talvez. Mas o que eu quero mesmo ainda não tem definição.


P.S.: bons tempos para escutar Natalie Imbruglia ou The Cramberies. 

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Meu tema é o nada















Meu tema é o nada.

Niente,
          ausência de, sem,
nada,
não existe...nada.

Meu tema é o nada.

Nada de ordem é igual a presença de desordem.

                                                               Caos.

Não existe, não se define, não se limita.
NADA...

Nada de cores,
                               preto.
           Escuro, escuridão.

Meu tema é o nada.

Nada de pessoas.                         Solidão?

Não. Simplesmente nada.

Porque no nada não existe solidão.
                                                     Só existe o nada.
Nada de música.    Nada de som é a presença imensurável de silêncio.
Nada de silêncio.

Meu tema é o nada.

Meu tema é o nada porque no nada eu me deparo com tudo.
                      Tudo interligado.
                               Sem começo,     meio      ou             fim.
Sem pesos e sem medidas.
                               Sem definições.


Expandindo no nada.

Meu tema é o nada.


P.S.: Texto apresentado na disciplina de Estética da Arte. juntamente com um vídeo e eu dançando.
O vídeo eu posto depois. Um bom dia para escutar Amy Winehouse.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Pequeno ensaio sobre o viver

'...o bom é fazer do sofrimento, muitas outras coisas boas pra lembrar depois.

E continuar vivendo. E sendo. E desejando. E amando...' (eu mesmo)



"suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... ou toca, ou não toca".

(clarice lispector)

 
P.S.: Recentemente fui apresentado a ilustríssima Meredith Monk. Escutem...

sexta-feira, 26 de março de 2010

Da ordem da Generosidade





Segundo Rene Descartes, em Tratado das Paixões e também nos Princípios de Filosofia, a generosidade é apresentada como uma despertadora do real valor do 'eu' e ao mesmo tempo como mediadora para que a vontade se disponha a aceitar o concurso do entendimento, acabando assim a causa do erro.

Na wikipédia, Generosidade é a virtude em que a pessoa ou o animal tem quando acrescenta algo ao próximo.


No dicionário, Liberalidade; magnanimidade.


Tantas formas para um sentimento tão nobre que em suma reflete todo o significado e o campo semântico da palavra AMOR. Sentimentimento esse que nada mais é do que o fato de se dispor às coisas, aos fatos, aos encontros e até mesmo ao acaso. Assistir a determinado filme sem nenhum pensamento pré-concebido. Estar diante de uma obra de arte sem nenhum juízo de valor. Conversar com um amigo sem armas nas palavras ou sem rebater as idéias do outro.
Estar aberto ao novo.

Acredito que o legal é quando voçê se dispõe ao que não sabe, ao que não entende. Acredito que é essa disposição que faz com que tudo se torne mágico, e lindo, e pulsante, e por que não pleno.
A disposição (e a pré-disposição) é sim da ordem da generosidade. Que, por sua vez, se encontra na ordem do Amor...








P.S.: Um bom dia para escutar Alanis (Utopia).

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Por Aoaní D'alva (em 2007)

PERFIL
Rubéns Lopes dos Santos tem 20 anos e nasceu em Fortaleza no dia 14 de dezembro de 1987. Bailarino de dança contemporânea, ele se divide entre os palcos e a faculdade de Publicidade e Propaganda. “Chocólatra” assumido diz que sente milhares de “orgasmos intestinais” quando come chocolate.
Rubéns, com acento no é como gosta de frisar, chega alegre. Esta usando um macacão desenhado e costurado por ele. “você realmente tem alma de artista!” digo eu, ele sorri e se senta no banco azul do corredor. Ficamos uns minutos falando de tudo e de nada, até que decidimos que a hora era adequada.
Eu nunca havia feito um perfil antes, não fora da aula. E ele nunca havia sido perfilado. Uma experiência nova para os dois. Tiro o gravador da bolsa e confiro se está tudo operacional. Rubéns se ajeita no banco e sorri tranqüilo, como se toda a vida ele tivesse feito isso. A conversa que se seguiu fica relatada nas folhas que se seguem.
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Entrevista (parte 1)


Aoaní: qual é o seu nome?
Rubéns: Rubéns Lopes dos Santos
Aoaní: e a sua iadade?
Rubéns: eu tenho 20 anos, nasci no dia 14 de Dezembro de 1987
Aoaní: que curso você faz aqui na Fanor?
Rubéns : estou no quarto semestre de publicidade e propaganda .
Aoaní: Onde você mora?
Rubéns: Eu moro entre o terminal da Lagoa e o terminal do Siqueira. É bom sucesso, um pouquinho depois da Parangaba.
Aoaní: Como você veio parar na Fanor?

Rubéns: Então… eu terminei o ensino médio com 15 anos, e sempre freqüentei a escola publica. Terminei em 2003, e em 2004 foi lançada a primeira campanha pelo PROUNI, e aí eu consegui a bolsa pelo Enem, estudei 3 semestres na Gama Filho, e de lá vim para a Fanor porque eu tinha passado para graduação e lá só tinha seqüencial. Eu fiz três semestres do curso de lá e tentei aproveitar as cadeiras aqui.
Aoaní: Qual era o curso que você estava fazendo na Gama Filho?
Rubéns: Publicidade e Propaganda também.



(silêncio, parada para poses: fotos!)



Aoaní: Como quase todo mundo na Fanor já sabe, você é bailarino. Como foi que você entrou nesse mundo? De onde veio essa idéia?
Rubéns: Lá em casa sempre foi assim: primeiro os estudos e as necessidades e depois a diversão e o lazer. Aí então eu tive que estudar e terminar o ensino médio inteiro, pra poder fazer alguma coisa que eu gostasse. Quando eu terminei em 2003, em 2004 eu fui… comecei a fazer teatro e comecei a entrar na dança. Eu sabia que eu queria fazer alguma coisa relacionada a arte, só não sabia o quê. Então eu fiz um ano de teatro no José de Alencar (Teatro) e nesse mesmo período eu entrei em dança contemporânea numa ONG chamada BCAD, que quer dizer: Bailarinos de Cristo Amor e Doações. Em 2005 terminei o curso e não fiz mais teatro, mas passei a dar aulas de teatro lá na ONG onde eu dançava. No final desse ano eu passei para um curso, com bolsa também. Uma parceria do senac, Instituto Dragão do Mar e da secretaria de cultura, que é o curso técnico em dança, é um curso profissionalizante de nível médio. Esse curso veio como substituição do que era o antigo colégio de dança do ceará.

Então, eu sou formado em dança contemporânea na vertente de interprete criador, que é um tipo de profissão que ta surgindo agora, que mistura bailarino, professor, coreografo e outras coisas mais.

Aoaní: que outras coisas mais?
Rubéns: tipo… mexer com produção, com elaboração de projeto, captação de recursos. E a gente aprendeu tudo isso dentro do curso. O curso teve a duração de dois anos, a gente teve professores daqui do Ceará, de fora do estado e de fora do Brasil, do exterior. E a gente estudou tudo, até Cinesiologia aplicada a dança.
Aoaní: E o que é cinesiologia?
Rubéns: é uma cadeira que tem em educação física, onde você tem que aprender todos os nomes das articulações, dos músculos, dos ossos, pra você entender o que é que você está fazendo. E com base na cinesiologia, a gente teve uma disciplina chamada análise do movimento. Eu me formei em 2007 e de lá pra cá eu estou tentando fazer as minhas histórias, sabe? Estou criando, passei no edital da funcet , que é um órgão da prefeitura de Fortaleza relacionado a cultura , ao esporte e ao turismo. E eles lançam todos os anos um edital de incentivo as artes, na categoria de dança, tem duas sub-categorias: que é o quarta em movimento que são espetáculos que são mostrados gratuitamente como formação de platéia, no Mercado dos Pinhões todas as quartas-feiras as oito da noite. E o outro seguimento é o Manutenção de Companhias. Então… eu passei para o Quarta em Movimento, e a gente estréia um espetáculo chamado : Que liberta, agora em junho, a entrada é franca.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

"O mais real dos homens é rei de si mesmo."

Michel Foucault

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Ocupa-se


Segundo o dicionário da Lingua Portuguesa ocupar significa: tomar posse de; estar na posse de; preencher, encher, estar; instalar-se em; morar, habitar; exercer, desempenhar; dar ocupação a. Se tomarmos por base essa premissa, temos que ocupar-se de algo é preencher seu tempo com determinada coisa. Tal coisa vai desde preparar o café da manhã pra si mesmo a estar escrevendo sobre o fato como estou fazendo agora. Ocupar-se de algo requer concentração, habilidade, generosidade para com esse algo, paciência (eu, por exemplo, estou me ocupando agora entre escrever estas linhas e aprender sobre o Ilustrator e o Photoshop CS4 na aula de computação gráfica) e muitas outras coisas mais.
Precisamos de concentração para realizarmos o feito com qualidade.
Precisamos de habilidade para compreendermos o processo ainda que não saibamos ao certo como fazê-lo de forma mais rápida.
Precisamos de generosidade para lidar com esse algo mesmo sem saber como ele se comporta. Precisamos de paciência para não perder o controle da situação, caso tudo fuja do nosso alcance de assimilação.
Quando esse exercer algo é constante e se desenvolve no mesmo fazer (no caso da pesquisa em dança), o ocupar-se requer um outro mecanismo de conduta do ser humano que faz com que o trabalho seja feito com maior qualidade. Tal mecanismo de conduta chama-se rigor, que segundo o mesmo dicionário significa exatidão, prontidão, pontualidade, rigidez.
Talvez esse rigor na dança não seja tão ao pé da letra, mas isso não invalida a precisão, qualidade e eficiência do trabalho a ser ocupado. Ocupar-se com rigor nada mais é do que encontrar sentido(s) naquele determinado fazer (no nosso caso a dança).
Esse sentido, ou esses sentidos, é a verdade que cada um de nós encontra pra dar valor aquilo a que estamos ocupado em fazer. Eles são as chaves que destravam a nossa mente e o nosso corpo. Eles são capazes de nos tranportar para vários outros lugares que não só a sala de aula. Os sentidos/verdades que encontramos no 'estar ocupado' são a maior fonte de potência que podemos encontrar para dar verassidade aquilo que estamos fazendo e eles nos fazem criar ambiências e densidades em nossos corpos e no local onde praticamos o fazer. Criamos ambiências quando, com o nosso corpo e a partir de estímulos, nos envolvemos numa atmosfera que permite-nos sair do local em que estamos (sala de aula) e atravessar o ambiente criando outro sem que, para isso, precisemos sair da sala de aula (no plano físico). As densidades corporais ficam por dar-nos a ocupação necessária para criar a tal da ambiência e nesse momento todas as informações que temos nos atravessam de forma que nosso corpo fica carregado de tensão, criando um estado expressivo que é o que torna a pessoa visível na dança.
Ocupar-se com rigor é um trabalho de constante aprendizado. É o que fazem os pesquisadores. é o que eu faço...

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010